Com o intuito de conscientizar a sociedade sobre a violência doméstica e familiar e divulgar a Lei Maria da Penha, a Secretaria Executiva de Políticas da Mulher juntamente com os representantes das instituições que integram rede de proteção, atendimento e prevenção à violência contra as mulheres estão juntos na campanha Agosto Lilás.
A primeira ação efetiva para sensibilizar e mobilizar a sociedade para a temática foi a participação da representante o governo municipal, a pedagoga Arlethe Matos, do juiz Walter Arthur Alge Netto e da delegada Daniela Nunes no programa de jornalismo da rádio Excelsior FM na última sexta-feira (05/08).
Em suma, os entrevistados ressaltaram a necessidade de romper o ciclo da violência, os avanços na legislação e nos mecanismos de proteção à mulher vítima de proteção e a importância de denunciar casos de violência doméstica e familiar.
“Não conseguir sair deste ciclo de violência é uma questão cultural e social. Enquanto não houver uma mudança de mentalidade de toda sociedade na questão do machismo estrutural e políticas públicas de prevenção e enfrentamento à violência de gênero, infelizmente, vamos nos deparar com casos de feminícidio e outras formas graves de violência”, opina o juiz da 3ª vara cível, Walter Arthur Alge Netto.
Segundo as estatísticas, no período de isolamento os números da violência contra a mulher cresceram e os casos se tornaram cada vez mais graves. Para o juiz da comarca de Nova Andradina, a aplicação da lei Maria da Penha, muitas vezes tem sua efetividade questionada por conta do resultado final.
“Em 80 a 90% dos casos de feminicídio e dos casos mais graves de violência, a mulher nunca pediu nenhuma medida protetiva. O ciclo da violência vai se agravando e ninguém denuncia, daí quando chega a forma mais grave não tem o que fazer. Não é o agravamento na pena dos agressores que irá fazer a mulher sair deste ciclo, é o trabalho anterior. Por isso, as políticas públicas são essenciais na prevenção e no atendimento às mulheres”, avalia Walter Arthur.
A responsável pela DAM, Daniela Nunes, a questão financeira, emocional, os filhos e outros fatores culturais fazem com que a mulher não consiga sair do ambiente de violência.
“A sociedade não pode julgar a mulher vítima de violência, porque rotineiramente se busca desqualificar a vítima e questionar porque não denunciou antes. São inúmeros os fatores que as impede de sair desse relacionamento abusivo e o nosso papel é ampará-la, protege-la e não julgá-la. Existe uma rede de apoio e proteção preparada e que pode auxiliá-las. A campanha Agosto Lilás cumpre o papel de divulgar esses mecanismos e instituições”.
Falando em nome do poder executivo municipal, a pedagoga Arlethe Matos, informou que durante todo este mês vão ocorrer eventos para divulgar a campanha. Estão programadas blitzes educativas, panfletagens, lives e capacitações.
“Fórum, defensoria, delegacia de polícia civil, DAM, MP, Secretaria da Mulher, CRAM e todo sistema de justiça atuam em defesa da mulher. Procure ajude, denuncie. Disk 180”, finalizou Arlethe, agradecendo a rádio Excelsior e todos os parceiros nesta ação de conscientização.