A Secretaria de Cidadania e Assistência Social realizou uma live ao vivo no facebook da Prefeitura Municipal de Nova Andradina em alusão ao Maio Laranja - Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Com o tema: O seu silêncio pode matar! Não se cale!, a transmissão foi aberta pela primeira dama e ex-vereadora, Joana Darc Bono Garcia, autora da lei da criação do Maio Laranja, que chama a atenção da sociedade para esta problemática social que rouba a infância e destrói o desenvolvimento sadio da pessoa humana.
Joana Darc contou sobre o motivo que a teria levado a se debruçar sobre a temática. “Numa das minhas visitas a um assentamento tive contato com uma mãe, que me relatou seu sofrimento ao saber que a filha de 14 anos era vítima de violência sexual. O próprio pai abusava da menina. Isso dói o coração da gente. Então, resolvi abraçar essa causa. Minha luta é para que as vítimas não se calem”, ao informar que encontrou orientação e apoio do deputado Herculano Borges, na elaboração dessa lei no município.
Em seguida, a equipe técnica da Semcias, formada pela psicóloga Seiny Batista, assistente social, Caroline Castro e a pedagoga, Arlethe Paola, fizeram uma abordagem bem didática e esclarecedora sobre a instituição do dia 18 de maio, os tipos de violência sexual, os canais de denúncias e estatísticas de notificação de violência no país e serviços ofertados pelo município para o amparo às vítimas e seus familiares.
Origem do 18 de maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescente
Araceli, de oito anos de idade, foi espancada, violentada, drogada e assassinada em 18 de maio de 1973. O caso arquivado pela Justiça e os agressores ficaram impunes. Este fato divulgado pela mídia chocou toda a nação, ficando conhecido como "Caso Araceli".
Em sua memória à menina Araceli foi instituido como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, com a aprovação da Lei Federal 9.970/2000.
“O 18 de maio é uma data que representa dia de reflexão, de mobilização e de discussão. Não podemos nos furtar enquanto governo e sociedade de discutir essa temática presente no cotidiano de crianças e adolescentes”, disse Julliana Ortega, gestora da pasta de assistência social.
Quando nos deparamos com relatos de violência / abuso sexual. Como proceder?
- Quando a crianças apresentar sinais de violência é necessário oferecer um espaço adequado, que possa acolher e faze-la sentir segura.
- Não fazer críticas ou julgamentos à criança.
- Deve-se sinalizar que a violência não pode acontecer e que irá ajuda-la, explicando de que forma isso irá ocorrer.
- Na escola – o professor, diretor ou profissional deve identificar qual a pessoa da confiança do adolescente, que irá acompanhar a criança nos atendimentos, nas consultas.
- É importante os pais terem um bom vínculo afetivo, dar abertura ao diálogo, acreditar no que a criança e o adolescente fala, para que se sintam à vontade para denunciar.
- Após a denúncia aos órgãos competentes, a criança e a família da vítima vão receber atendimento específico para os diversos tipos de violência.
- A equipe da Semcias, através da rede socioassistencial, é a responsável pelo acolhimento, orientação e apoio às famílias.
Canais de denúncias
- Disque 100
- DISQUE 181
- Polícia Militar 190
- CONSELHO TUTELAR - 67 9847-6600 / 3441-3746
Site: new.safernet.org.br/denuncie.
Estatísticas de notificação de violência no país
- De 2011 a 2019, mais de 200 mil denúncias foram registradas.
- Considerando que apenas 10% dos casos chegam até os órgãos competentes, é factível que 2 milhões de crianças e adolescentes foram abusadas sexualmente neste período.
- Violência sexual é a 4ª no ranking de denúncias do Disk 100. 72% acontecem na casa da vítima ou do agressor. E 69% as agressões são recorrentes.
-A situação financeira não é relevante para a situação da violência.
- 20 a 35% dos agressores sofreram violência sexual quando criança e 50% deles sofreram maus tratos físicos e violência psicológica.
(Fonte: Cartilha Maio Laranja 2021 – Ministério da Saúde).
Serviços ofertados na Semcias para o amparo às vítimas e seus familiares: CRAS e CREAS
CRAS atua na prevenção dos riscos e preservação de direitos através de orientações necessárias, encaminhamentos a outros órgãos e benefícios assistenciais.
Já o CREAS atua diretamente no enfrentamento a esse tipo de violência, inclusive no abuso sexual, através de apoio e orientação familiar, articulação com os serviços sócio assistenciais, além de atendimento individual, familiar ou grupal, visitas domiciliares, entre outros.