Agentes de saúde participaram nesta quinta-feira (23) de capacitação para o enfrentamento e atendimento às mulheres, vítimas de violência. A ação foi promovida pela Secretaria de Políticas para a Mulher de Nova Andradina e a Secretaria Municipal de Saúde com o apoio do Ministério Público, Promotoria de Justiça e a Delegacia de Atendimento à Mulher.
De acordo com a subsecretária Sonia Rodrigues Amaral, a proposta da capacitação é fornecer subsídios para que os servidores possam realizar orientações, encaminhamentos em caso de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Presente da abertura do evento, o prefeito Gilberto Garcia afirmou que o tema da violência de gênero vem adquirindo crescente importância nas agendas de saúde, com ênfase sobre o papel estratégico de equipes de saúde na identificação, acolhimento e encaminhamento dos casos suspeitos ou confirmados.
“A preparação é um passo importante para que possam fazer a abordagem adequado diante de situações de violência dentro dos lares, mas o olhar, a experiência e o trabalho de vocês, que chegam na casa dos cidadãos, é fundamental. Sem dúvida, irá contribuir para o fortalecimento da nossa rede de enfrentamento à violência contra a mulher”, declarou Gilberto.
Para apresentar esta temática aos agentes de saúde foram convidados o juiz da Comarca de Nova Andradina, Arthur Alge Neto, promotor de justiça, Alexandre Rosa Luz e a delegada Daniela de Oliveira Nunes, que ressaltaram a atribuições dos órgãos que representam, a importância do poder público e da sociedade civil organizada atuarem juntos e de forma articulada, assim como os profissionais de saúde ajudando a diminuir os casos de violência no município.
Em seu discurso, o promotor Alexandre Rosa Luz disse que os agentes são a porta de entrada do SUS e peça fundamental da saúde. “Essa formação é uma maneira de valorizar os agentes e fortalecer a rede de atendimento à mulher”, comentou.
Na análise do juiz Arthur Neto, a esfera criminal deve ser o último estágio quando se trata de violência doméstica. “A aplicação de penalidades não resolve o problema”, declarou, sugerindo a criação de um protocolo de abordagem para facilitar o trabalho dos agentes de saúde e ressaltando necessidade dos agentes aprenderem a não “julgar” as atitudes de mulheres agredidas que, embora peçam ajuda, optam por permanecer na relação, e a importância de abrir um canal de comunicação com essas vítimas.
Vale ressaltar que durante todo ano são realizadas ações de enfrentamento a violência contra a mulher que incluem campanhas, palestras, capacitações e reuniões com a participação de toda a rede.