Mais de mil pessoas, entre acadêmicos, professores, profissionais da área e comunidade em geral lotaram o salão do Conviver para discutir “prevenção ao suicídio”. A ação foi realizada no dia 8 de maio, numa parceria entre Semcias (Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social) e Universidade Brasil.
A abordagem do tema foi realizada pela psicóloga Gisele Gotardi e o psiquiatra Heverllyn Augusto Ferro Saraiva. A coordenadora do NAD (Núcleo de Apoio ao Discente), Sonia Cristina Rodrigues Amaral, foi a mediadora do debate e interlocutora das perguntas da plateia.
As palestras ressaltaram a importância de identificar comportamentos de risco e os sinais de alerta da pessoa com intenção de suicídio. Um dos pontos abordados pelos profissionais é o exercício da escuta terapêutica, ou seja, ouvir as pessoas que apresentam sofrimento mental, seus familiares e desenvolver empatia, assegurando apoio e orientação do cuidado, mostrando que todos precisam ter a capacidade de superar as frustações da vida e os momentos difíceis.
Conforme as palavras da coordenadora Sonia Amaral, que é também subsecretaria de cidadania e assistência social, o foco da ação não é a morte, mas a vida das pessoas. “O foco é a prevenção. É um alerta à população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e, em especial, em Nova Andradina, que figura entre os municípios de MS com maior índice de suicídio”, reitera a piscológa.
Foram mostradas ao público alternativas de como se pode intervir em caso de crise: colocar a pessoa em acompanhamento psicológico, mobilizar uma rede social de apoio, fazer um contrato de vida, monitorar, restringir o álcool, drogas, conversar sobre alternativas de solução, esperar a medicação fazer efeito, pois leva algum tempo, entre outras. Outro detalhe importante é o que não pode ser feito a alguém que está com esses pensamentos. “A orientação é não condenar, não banalizar, dar opinião e muito menos brigar com a pessoa”, orientaram os palestrantes.
A principal maneira de prevenção ao suicídio é o trabalho em conjunto, em rede, um trabalho em grupo que possa auxiliar a pessoa a sair dessa crise. As pessoas podem pedir ajuda através o Centro de Valorização da vida - 188. O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.
Segundo a organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos suicídios poderiam ter sido evitados com ajuda psicológica, por isso, é preciso falar cada vez mais sobre esse assunto.
Sinais de alerta
Mudança na personalidade, no hábito alimentar ou sono;Comportamento retraído, dificuldade de relacionamento pessoal;Odiar-se, sentimento de culpa, de se sentir sem valor ou com vergonha;Uma perda recente importante – morte, divórcio, separação;Frases como: “Não aguento mais ...Sou um peso... Quero dormir e não acordar”...Tristeza profunda, contínua e/ou falta de interesse no futuro;Tentativas de suicídio anteriores e/ou história de suicídio na família;Dependência química e/ou doença psíquica.
O que fazer?
Ouvir, mostrar empatia e ficar calmo;Ser afetuoso e dar apoio;Levar a situação a sério e verificar o grau de risco;Perguntar sobre tentativas anteriores e o plano de suicídio;Explorar as outras saídas, além do suicídio;Identificar outras formas de dar apoio emocional, sugerindo apoio na Comunidade;Remover os meios pelos quais a pessoa possa se matar;Se o risco é grande, não deixar a pessoa sozinha.