A AMENAVI - Associação dos Médicos de Nova Andradina e do Vale do Ivinhema se manifestou a favor do isolamento social com fechamento parcial dos estabelecimentos comerciais como medida para evitar a aglomeração de pessoas e a facilidade de contágio pela COVID-19.
O posicionamento da associação médica foi anunciado através do seu presidente, o médico Ricardo Zucoloto, que participou da live transmitida pela página de facebook da Prefeitura de Nova Andradina na tarde desta quarta-feira, dia 8 de abril, juntamente com o secretário de saúde, Sérgio Maximiano, e a enfermeira responsável pela vigilância epidemiológica, Tatiana Rovani.
O convite para participar desse informe à população foi feito pelo governo municipal, após a AMENAVI emitir uma nota pública sobre a abertura do comércio e o afrouxamento das regras de isolamento social desde ontem (07-04).
De acordo com o médico, Ricardo Zucoloto, a instituição foi motivada a manifestar-se perante os gestores de saúde e a sociedade com relação à liberação do funcionamento do comércio, pois logo no primeiro dia de abertura gerou uma grande aglomeração de pessoas.
“São 15 casos confirmados de Covid-19 na microrregião (Nova Andradina e Batayporã) e, considerando, a facilidade e rapidez na transmissão e contágio da doença, o comércio aberto pode criar uma situação epidêmica e fugir do controle das autoridades, como vimos em outros país. Assim, a Associação de maneira coesa, equilibrada e técnica dá sua contribuição e provoca o debate sobre os serviços que, de fato, devem funcionar”, avalia.
Na análise de Zucoloto, a situação epidêmica de uma cidade ganhará a proporção mediante as ações que a sua população tomar. Os órgãos de saúde como hospitais, vigilância epidemiológica, secretaria de saúde e profissionais estão empenhados em oferecer um bom atendimento, mas nenhum lugar do mundo tem condições de atender uma epidemia dessa dimensão. Por isso, o médico acredita que é melhor ser mais rigoroso agora, recuar um pouco do que a cidade vir a ser surpreendida por uma epidemia gigantesca.
“Temos que ponderar a questão da economia, não estamos pedindo para o comércio fechar. Os serviços essenciais devem ser mantidos. Estamos em desacordo com o que aconteceu ontem. A abertura do comércio deve ser de forma equilibrada, com bom senso”, opinou.
O médico reiterou que medidas de controle de pessoas, de higienização, uso de máscaras são importantes, mas a principal orientação mundial é o isolamento social e evitar aglomerações. “Temos que fazer isso de maneira responsável, consciente, ficar em casa. A realidade do coronavírus vai depender exclusivamente de nós, o que fizermos hoje vai determinar nosso futuro. Se fizermos nossa tarefa, teremos uma epidemia mais branda e não haverá colapso na saúde”, aconselhou o médico especialista em Otorrinolaringologia.
O secretário Sergio Maximiano agradeceu a participação de Ricardo Zucoloto e disse que a Prefeitura irá se reunir nas próximas horas com o setor de comércio para discutir uma proposta que contemple tanto o vigor da economia local quanto à saúde das pessoas.
Boletim diário
A enfermeira Tatiana Rovani apresentou um relatório diário parcial da Central de Monitoramento.
No momento, 166 pessoas estão em isolamento social, sendo 105 assintomáticos. Outras 35 pessoas já cumpriram a quarentena e não tiveram nenhum sintoma da doença. Deu entrada pelas unidades básicas de saúde (ESF) 29 pessoas e pela unidade Sentinela (Central de Monitoramento) outras 26 pessoas.
Esses isolamentos são casos de pessoas com síndrome gripal, que procuram as portas de entrada dos serviços da rede municipal de saúde (telemedicina, hospitais, ESFs e unidade Sentinela) e foram identificadas com algum sintoma, passam a compor a lista de assistidos pela Central de Monitoramento, estão sendo acompanhadas diariamente pelas equipes por telefone.