Recentemente, 3 nova-andradinenses conseguiram a doação de rins e se submeteram ao transplante em centros especializados
Dizer “sim” após a perda de um ente querido pode ser doloroso, mas também pode mudar a vida de milhares de pessoas que esperam por um transplante. A doação de órgãos é um ato de amor e solidariedade que constrói histórias de esperança e gratidão.
Setembro é celebrado o mês da doação de órgãos. Em Nova Andradina, a campanha Setembro Verde tem o intuito de conscientizar sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, como o primeiro passo para salvar vidas.
Recentemente, moradores de Nova Andradina tiveram a dimensão exata do que este ato pode representar na vida das pessoas. Edson José, Rogério e Luiz Fernando conseguiram a doação de rins e foram submetidos ao transplante em centros especializados que atendem através do SUS (Sistema Único de Saúde) na capital paulista e na região metropolitana de Curitiba, por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde.
Investigador aposentado e repórter esportivo, Edson José da Silva, de 63 anos, ficou 4 anos na fila de espera e no dia 12 de julho passou pelo procedimento cirúrgico, no Hospital do Rim, em São Paulo (SP), cidade onde permanece até os dias atuais para fazer o acompanhamento do pós-operatório, passar por exames e consultas médicas semanais.
Ao relembrar os momentos difíceis que passou e a luta para conseguir o transplante tão aguardado, Edson José se emociona e agradece a todos que o ajudaram desde a descoberta da doença renal crônica grave até a sua plena recuperação.
“Ao longo destes quatro anos de luta, viajei a Dourados três vezes por semana, para fazer hemodiálise. 10 companheiros que faziam hemodiálise na minha sala e mais 10 nova-andradinenses perderem a vida enquanto aguardavam na fila de espera por um transplante”, relembra com tristeza. E faz um apelo à sociedade:
“É muito importante a doação, não apenas de rim, mas de todos os órgãos. Sei que não deve ser uma decisão fácil para as famílias, mas se pensarmos que de um lado existe a dor, de outro existe a esperança de vida. Amanhã pode ser você ou alguém de sua família a precisar de um órgão, então, pense no próximo e diga sim a doação de órgãos”, reitera.
Por último, faz questão de demonstrar sua gratidão: “minha gratidão aos meus familiares e amigos, ao prefeito Gilberto Garcia, aos secretários Arion Aislan e Sergio Maximiano, e aos chefes de transporte Jair e Henrique. Todos foram fundamentais para que eu pudesse chegar até aqui”.
Fila de espera por transplante de rins na cidade de Nova Andradina
Nova Andradina oferece apoio aos pacientes que aguardam a doação de órgãos. Conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde de Nova Andradina, atualmente, quase 30 pacientes renais residentes no município fazem tratamento de hemodiálise e aguardam pelo transplante de rins.
O município mantém parceria com a Clínica de Rim de Dourados, para o tratamento de hemodiálise e encaminhamento de pacientes a centros especializados no transplante de órgãos. Além disso, auxilia no transporte até essas instituições hospitalares localizadas no estado de São Paulo e Paraná.
Dados de Mato Grosso do Sul
A Central de Transplantes de Mato Grosso do Sul já realizou 3.593 doações, em 20 anos. Desse número, 2.873 transplantes de córnea, 654 de rim, 52 de osso, e 14 de coração. Até o mês de agosto do ano passado, foram captados, 86 órgãos de 34 doadores.
Além dos transplantes realizados, atualmente existem 339 sul-mato-grossenses na fila de espera. Desse total, 177 aguardam por um transplante de córnea, 159 por um rim, e outros 3 que esperam por um coração.
Doação de órgãos
A doação de órgãos, como coração, pulmão, córneas, pâncreas e ossos, só é realizada após a constatação de morte encefálica, isto é, quando há interrupção irreversível das atividades cerebrais do indivíduo. Em caso de doadores vivos, realiza-se a doação de órgãos, como o rim, fígado e medula óssea.
Para tornar-se um doador de órgãos, basta comunicar essa vontade aos seus familiares, pois somente eles poderão informar sua decisão quando a hora chegar.
Deixe que a vida continue, um único doador pode salvar até oito pessoas!